Daniel Maia seleccionado pelo Chesterquest

Na edição de 2007, o Fórum convidou o editor e argumentista norte-americano C. B. Cebulski a Lisboa. Para além de partilhar com o público português o seu contributo e experiência no mundo dos comics, a sua passagem serviu para promover o Chesterquest, com o apoio da Marvel Comics, um concurso internacional destinado à descoberta de novos talentos artísticos.

O concurso acabou por seleccionar mais de vinte ilustradores, grande parte deles sediados na Europa. É com muito prazer que anunciamos que foi seleccionado o português Daniel Maia. A notícia já tinha sido noticiada no Público, e transcrevemos aqui alguns excertos:

Daniel Maia é o terceiro artista português escolhido no último ano pela editora norte-americana de comics Marvel para desenhar um dos seus livros. O ilustrador e desenhador está já a trabalhar no Ms. Marvel Special, o livro que lhe coube em sorte na sequência da caça de talentos internacional da editora e que passou por Lisboa em Novembro do ano passado. “One-shot”, número 2 da série dedicada à super-heroína, escrito por Brian Reed e ilustrado por Daniel Maia, deve sair até ao final deste ano.

“Foi surpreendente, não estava à espera”, diz o ilustrador de 30 anos, que foi ao Fórum Fantástico de Lisboa, onde esteve presente o editor e caça-talentos da Marvel C.B. Cebulski, sem a intenção de concorrer à busca de novos talentos ChesterQuest. Mas levou um port-folio com trabalhos de banda-desenhada e de ilustração publicitária e acabou por mostrá-lo ao argumentista da Marvel.

“Estava hesitante, já tinha tido “raspões” com a Marvel, não era novo” no meio e até tinha agente em contactos com a editora, explicou ao PÚBLICO. Daniel Maia parecia fadado a ser, com Miguel Montenegro, um dos pioneiros portugueses nas grandes editoras de comics dos EUA. Mas questões circunstanciais – outros trabalhos ou escolhas das editoras – foram sempre “sabotando” as suas tentativas.

Em 2004, Maia teve um primeiro contacto com uma subsidiária da DC Comics, “concorrente” da Marvel, que não se concretizou, e no ano seguinte chegou a esboçar trabalhos sobre a personagem Justiceiro para a Marvel, que também não foram adiante. Noutro processo de selecção, em 2006, foi-lhe pedido que trabalhasse Miss Marvel, associada aos Vingadores e aos X-Men, para o “estudarem para essa personagem”, mas só depois do encontro com Cebulski e de ter sido contactado pela Marvel no início do ano é que finalmente começou um projecto garantido com a editora.

A história que está a desenhar apanha Miss Marvel “a lidar com um jovem como o Anakin Skywalker, com muitos poderes e muito confuso. Uma puberdade ao quadrado”, ri-se o desenhador. “O mais interessante é que a série quase funciona como um tributo aos comics da silver age (anos 1960 e 70)”, cheios de piratas, metrópoles, ilhas secretas, laboratórios, espaço e sábios do mal. “É um trabalho de fôlego”.

Daniel Maia segue assim os passos de Ricardo Tércio e João Lemos, que em 2007 publicaram pela Marvel no âmbito da série especial Avengers Fairy Tales. Miguel Montenegro foi o primeiro, em 2003, a trabalhar com a editora, tornando-se o primeiro português a desenhar uma capa (o nº 51 dos Espantosos X-Men), em 2004.

Nos últimos anos, a editora tem expandido ainda mais as suas já multinacionais listas de autores. A ChesterQuest tinha como objectivo identificar 12 novos talentos, mas acabou por resultar em mais de 20 contratações. “Estamos a ganhar uma nova voz e uma nova imagem nos nossos comics”, comentou Cebulski ao PÚBLICO em Novembro, “e notámos nos últimos anos, sobretudo com a projecção global dos filmes baseados nas personagens da Marvel, que estas novas demografias pedem novos estilos”.

A Marvel Comics considera a possibilidade de organizar um Chesterquest II e um outro Chesterquest dedicado a argumentistas.

Artigo sobre o Fórum no Público

11.11.2007, Dulce Furtado

O Fórum Fantástico puxou os contos para a cabeça do cartaz, este ano,
à terceira edição. É sinal de que editoras, escritores e leitores
começam a olhar de forma renovada para esta forma de contar histórias

Ao explicar, há três semanas, porque razão tinha aceite editar a
colectânea The Best American Short Stories 2007, recém-lançada nos
Estados Unidos, o escritor Stephen King evocou o desejo de voltar a
ligar-se a esta forma de contar histórias, de ler tantas quanto
possível e contribuir para que os contos sejam movidos da “última
prateleira das livrarias, para onde têm sido relegados nos anos mais
recentes”: “Assim”, lembrou, “evito ter que me ajoelhar e andar de
gatas com o rabo para o ar”. “Aqueles [escritores] que são sempre
arrumados nas últimas prateleiras estão agora nos escaparates mais
importantes das livrarias”, afirmou, com orgulho.
Foi com algo deste sentido de missão que o Fórum Fantástico (FF) –
três dias de conferências e lançamentos de obras do universo do
fantástico que decorreram até sábado, em Lisboa – deu este ano
destaque às narrativas curtas. “Escolher as curtas como tema foi em
boa parte um acaso”, notou uma das organizadoras do evento, Safaa
Dib, vice-presidente da Épica-Associação Portuguesa do Fantástico nas
Artes. O “acaso”, precisou, justificou-se por estarem a ser lançadas,
por diferentes editoras portuguesas, cinco colecções de contos deste
género literário: “algo inédito”, sublinhou, avaliando que “não é
costume ser dada tanta importância aos contos”. “As editoras têm
relutância em publicar colectâneas devido à percepção de não ser
rentável, não temos essa tradição de escrita em Portugal e há a
cultura de considerar que a obra-prima de um escritor não pode ser um
conto”, explicou.
Por parte dos escritores a reacção não é muito mais positiva. “É que
nem querem ouvir falar nisso”, contou Rogério Ribeiro, também
organizador do FF, que preside a Épica. “Já aconteceu ser-me mostrado
um primeiro capítulo que me parece que dava um bom conto e o autor
ficar ofendido, porque o que queria era “fazer um livro””.
O FF 2007 veio dar a achega de que está a ocorrer uma inversão,
também no panorama literário português. Primeira prova dada pela
publicação das antologias de contos de vários autores portugueses Por
Universos Nunca Dantes Navegados, A República Nunca Existiu! e Contos
de Terror do Homem-Peixe, ao que se somam A Conspiração dos
Abandonados-Contos Neogóticos, de António Macedo, e Pequenos
Mistérios, do norte-americano Bruce Holland Rogers.
Este último escritor, consagradíssimo artesão das narrativas curtas –
já leva nos bolsos mais do que um Nebula e Bram Stoker e o muito
cobiçado World Fantasy Award – foi, aliás, uma das cabeças de cartaz
do FF: segunda prova. “Gosto muito de escrever romances. De certa
forma até prefiro, porque há que inventar algo novo a cada dia de
escrita, mas não se está a começar do zero. Os contos representam um
novo começo a cada nova história. Aqui há a criação constante de
novas histórias e o encontrar de novas formas de contar as
histórias”, explicou Bruce Holland Rogers, manifestando satisfação
por isso lhe permitir “fazer experiências e explorar ideias que se
poderiam tornar destrutivas num romance”.
“Gostamos de lançar livros”
Criado com o propósito de ser o ponto de encontro entre escritores,
leitores e académicos para dar a conhecer através de palestras,
debates e exposições o que se está a fazer na área do fantástico, o
FF nasceu de um “tira-teimas” travado entre os dois organizadores –
Safaa Dib estava então a estudar Línguas e Literaturas Modernas na
Faculdade de Letras de Lisboa e Rogério Ribeiro editava o fanzine
Dragão Quântico.
“Ela dizia que não havia professores a falarem de livros e escritores
de fantástico”, recordou o presidente da Épica, licenciado em
Biologia e investigador na área dos diabetes. Ela estava enganada. E
essa constatação de que o género que a ambos entusiasmava estava
presente no mundo académico, levou-os a fazer a experiência, em Maio
de 2004, do 1º Encontro Literário de Fantasia e Ficção Científica, na
Faculdade de Letras. Foi o primeiro encontro e também o único.
No ano seguinte suceder-lhe-ia já o Fórum Fantástico, de corpo pleno
e muito mais ambicioso, logo na primeira edição a fazer passar por
Lisboa nomes sonantes do género como o galês Rhys Hughes, o norte-
americano Nick Sagan, filho do famoso astrónomo Carl Sagan, e o
sérvio Zoran Zivkovic. E, ao mesmo tempo, trazendo académicos ao
palco de discussão, como é o caso da professora de Literatura
Comparada Maria do Rosário Monteiro, da Faculdade de Ciências Sociais
e Humanas da Universidade Nova, que apresentou este ano a saga de
fantasia épica A Roda do Tempo, de Robert Jordan – segundo volume, A
Grande Caçada, acabado de chegar às livrarias, pela mão da Bertrand.
“Gostamos de lançar livros aqui. É muito mais giro do que a meio do
ano numa Fnac”, referiu Luís Corte Real, editor da Saída de
Emergência, cujo catálogo é constituído em 30 a 40 por cento por
títulos de fantástico. “Não é o que sustém a editora, mas é o que
gostamos de fazer”, afirmou, avaliando que a edição deste género em
Portugal não está a ser feita de forma contextualizada e
informada: “Há uma lista interminável de títulos disponíveis no
mercado, mas ninguém lhes está a pegar para os editar por
desconhecimento do género”.
E, para o FF, as escolhas das editoras são fundamentais. “O nosso
critério norteador de temas e oradores tem sido sempre o dos livros
que são publicados. Temos, sempre em conta o sucesso que os
escritores têm, quer a nível internacional quer nos seus países de
origem. Se são premiados isso dá-lhes um aval importante. E se estão
adaptados para o cinema, tanto melhor”, notou Safaa Dib.
Sempre inerente está também o propósito “de motivar as pessoas a
escrever”, referiu Rogério Ribeiro, evocando que vários projectos
editoriais já nasceram nos bastidores do FF. “Há livros publicados
por causa do fórum, porque as pessoas se encontram aqui e surgem
sempre ideias”, acrescentou Safaa Dib. E não se refere apenas a
livros.
A editora Livros de Areia nasceu justamente nestes bastidores, numa
viagem de carro partilhada por João Seixas e Pedro Marques, que
dirigem esta etiqueta inspirada pelo realismo mágico da escola sul
americana de Jorge Luís Borges, e o escritor Rhys Hughes, que tinha
vindo a Lisboa participar no encontro literário que deu génese ao
FF. “Ele não tinha ainda editor em Portugal e nós andávamos com esta
ideia de avançar com uma editora de small press à imagem do modelo
anglo-saxónico. Juntaram-se as duas coisas e o projecto nasceu. Desde
então temos, todos os anos, lançado livros no Fórum”, contou João
Seixas.
Com um balanço “muito positivo” dos três anos já cumpridos, os
organizadores pretendem, na edição de 2008, estender o FF para lá de
si próprio, com o agendamento de vários eventos periféricos ao longo
do ano. E mais ainda para a frente? “Uma convenção”, diz Safaa Dib. A
última palavra sai-lhe saboreada e com o ênfase de quem já pensou
muito nisto, que avaliou, que fantasiou. “A referência que temos é a
WorldCon [maior encontro internacional de fantástico que decorre,
todos os anos, nos Estados Unidos], que é o ponto de encontro de toda
a indústria”.

Um sucesso!

Gostaria de agradecer, em nome da organização, a todos os que compareceram ao Fórum Fantástico 2007 e ajudaram a promover e divulgar o evento na Internet, a nível de blogues, fóruns e sites, ou simplesmente passando a palavra aos interessados.

Também os jornais e revistas nacionais destacaram o Fórum este ano, contribuindo muito para a solidificação e estabilização deste evento que surgiu em Lisboa há 4 anos (nota para o artigo de 2 páginas na edição de Domingo, dia 11, do Público sobre o Fórum Fantástico).

Um agradecimento a todos os autores convidados que se deram de forma excepcional entre eles. Todos contribuíram para umas conferências muito especiais e irrepetíveis. Quero agradecer também a todos os livreiros que estiveram presentes e às editoras que colaboraram connosco este ano, Zéfiro, Livros do Brasil, Saída de Emergência, Livros de Areia, Bertrand, Chimpanzé Intelectual e Cavalo de Ferro.

Mais uma vez, o Fórum serviu de ponto de encontro entre os leitores, críticos, escritores e a indústria editorial e penso que todos ficámos com boas memórias da edição deste ano. Houve momentos em que o auditório estava verdadeiramente cheio e, pela primeira vez, podemos dizer que atingimos um público mais vasto, fora do círculo de fãs portugueses de longa data. Em suma, um sucesso.

Já estão disponíveis online fotos, tiradas por mim, no meu álbum de fotos. Também podem aceder às fotos de Luís Rodrigues.

E mais uma vez, agradeço a todos os que partilharam o nosso entusiasmo e esforço nesses três dias que espero que tenham contribuído para uma imagem cada vez mais forte e diversificada do género fantástico em Portugal.

Safaa Dib

Programação do Fórum Fantástico 2007

Mais recente actualização: António de Macedo não estará presente no lançamento do seu livro por motivos de saúde, apresentação fica a cargo da Prof. Maria do Rosário Monteiro. Nã se realizará painel sobre BD sábado às 18h.

Nova actualização: José Mário Silva apresenta a obra de C. S. Lewis

Actualizações: Comunicação de Cláudia Pinto sobre ficção científica e ficção gótica, Comunicação de José Saraiva sobre a comemoração dos 50 anos da Era Espacial, pré-apresentação da antologia de ficção portuguesa A República Nunca Existiu!, participação de João Ventura no debate de ficção curta, participação do escritor Steve Redwood no Fórum que irá entrevistar Elia Barceló, e participações de João Lemos, Ricardo Tércio, Ricardo Venâncio e Nuno Alves. Sessões terão início às 16h do dia 8.

Dia 8 de Novembro, quinta-feira


16h00Abertura do Fórum Fantástico por Rogério Ribeiro e Safaa Dib

16h30 – Comunicação de Cláudia Pinto Once Upon a Time in a Galaxy Far, Far Away: a Ficção Científica e a Ficção Gótica.

17hSessão evocativa dos 50 anos da Era Espacial por José Saraiva

17.30 – Intervalo

18h – Apresentação do livro No Reino de Glome, Até que Tenhamos Rostos de C. S. Lewis por José Mário Silva

18h30 – Apresentação do Chesterquest por C. B. Cebulski

19h30 – Apresentação da antologia Por Universos Nunca Dantes Navegados por Luís Filipe Silva

Dia 9 de Novembro, sexta-feira

15h – Apresentação de O Olho do Mundo e A Grande Caçada de Robert Jordan pela Prof. Maria do Rosário Monteiro

15h30 – Pré-apresentação da antologia A República Nunca Existiu!, colectânea de contos a ser apresentada por Luís Corte Real e Octávio dos Santos

15h50h – À conversa com Blanca Riestra

16h30 – Apresentação de A Conspiração dos Antepassados por David Soares

17h30 – Intervalo

18h – Apresentação de A Conspiração dos Abandonados – Contos Neogóticos pela Prof. Maria do Rosário Monteiro

18h30 – Apresentação de antologia Contos de Terror do Homem-Peixe com a presença de vários autores

19h30 – Apresentação de autores de horror publicados pela editora Saída de Emergência por Prof. José Manuel Lopes e Fernando Ribeiro

Dia 10 de Novembro, sábado

10h – Jovem autora portuguesa, Inês Botelho, à conversa com W. J. Maryson

10.45 – Steve Redwood e Luís Filipe Silva à conversa com Elia Barceló

11.30Debate “Onde pára a ficção curta?” com as presenças de Bruce Holland Rogers, Rogério Ribeiro, Luís Filipe Silva, João Ventura e moderação de Luís Rodrigues.

13h – 14h30 – Almoço

14h30 – Apresentação da trilogia A Bondade dos Estranhos, Projecto Candyman, por João Barreiros, João Seixas, Luís Filipe Silva e Miguel Neto

15h – Apresentação da trilogia do Não-Mago por W. J. Maryson

15h30 – Apresentação de O Sonho de Borges por Blanca Riestra

16h – Apresentaçao de O Segredo do Ourives por Elia Barceló

16h30 – Apresentação de Pequenos Mistérios por Bruce Holland Rogers

17h – Intervalo

17h30 – C. B. Cebulski apresenta trabalhos de João Lemos, Ricardo Tércio, Nuno Alves e Ricardo Venâncio, com a presença dos desenhadores


Indicações para o ChesterQuest

CB Cebulski, convidado, com o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Fórum Fantástico 2007, organiza até 31 de Janeiro de 2008 uma caça de talentos para contratar 12 novos desenhadores para a Marvel Comics. 

Dirigido a maiores de 18 anos, principalmente a desenhadores de banda desenhada, mas também pensando em ilustradores de capas, o ChesterQuest colabora com o Fórum Fantástico 2007 para dar uma oportunidade aos artistas portugueses de verem o seu trabalho analisado pessoalmente por um editor da prestigiada empresa americana de banda desenhada, e talvez mesmo serem convocados para uma entrevista privada onde poderão ouvir a opinião detalhada sobre os trabalhos apresentados. 

Os trabalhos (ou melhor, cópias dos trabalhos e nunca originais) podem ser entregues aos membros da organização durante o evento, em envelope fechado (com identificação do autor e contactos, tanto no envelope como nas costas de cada folha). Os trabalhos serão avaliados e os respectivos autores poderão ser convocados para uma conversa em privado com o CB Cebulski, sendo os mesmos notificados pela organização, directamente ou por aviso claramente visível no local do evento. 

Quanto à iniciativa, segundo o próprio Chester: 

“Procuramos desenhadores. Se escreverem e pintarem também, tanto melhor. Mas não serão admitidos trabalhos apenas de escrita ou arte-final. 

Poderão ser submetidos trabalhos sob qualquer forma, embora a preferência vá para arte sequencial. Procuramos pessoas que consigam contar uma história de forma clara e eficaz de painel para painel, de página para página. 

No entanto, também há alguma procura para ilustradores de capas. Assim, ilustradores, concept artists, arte-finalistas e pessoas apenas interessadas em trabalho de capa podem submeter trabalhos, mas por favor deixem essa referência bem clara. 

Não existem temas obrigatórios. Cabe a cada indivíduo submeter o que sente serem os seus melhores exemplos de arte sequencial. Uma forma fácil de ler e entender o contar de uma história será também um factor a ter em conta. E não é necessário que seja com personagens da Marvel. Usem o que vos for mais confortável ou aquilo que pensam representar melhor as vossas capacidades como artistas. 

Quanto a estilo, vale tudo. Não se sintam limitados aos padrões dos super-heróis. A Marvel não tem um estilo instituído. Estamos abertos a qualquer proposta e estamos mesmo à procura de expandir os nossos horizontes artísticos. O quer quer que desenhem ou como o desenhem, nós queremos vê-lo. 

Esta iniciativa é para NOVOS ARTISTAS. Quem já tiver sido publicado pela Marvel Comics não é elegível. Pedimos desculpa por isso. 

Esta parte é importante… todas as submissões devem ser feitas em folhas A4. Não há necessidade de capas ou portfolios elaborados, basta um envelope. Seria um gasto adicional e que não pesa minimamente na análise que farei dos trabalhos. O envelope deverá estar fechado e ter claramente a identificação e contactos do desenhador, assim como todas as folhas submetidas. Enviem apenas CÓPIAS. O material submetido não será devolvido. 

Serão também aceites submissões digitais. Mas ao invés de enviarem inúmeros JPEG ou TIFF, aconselhamos que montem um blog ou site com os vossos trabalhos e que nos enviem o link, para o chesterquest@gmail.com (neste caso, a organização não pode garantir que os trabalhos sejam vistos pelo convidado em tempo útil para serem incluídos na iniciativa relacionada com o Fórum Fantástico 2007; remetendo para as condições gerais do ChesterQuest, às quais o convidado responde usualmente por email).

Pensem nisto como se fosse um concurso, não como uma sessão de apresentação de portfolios. Nem todas as pessoas serão chamadas para uma conversa privada. Nem todos os trabalhos recebidos serão comentados. Seria demasiado trabalho para uma pessoa só.
Enfrentem isto como uma entrevista de trabalho. Estão a tentar ser contratados para a Marvel. Eu gosto sempre de dizer aos desenhadores cujo trabalho avalio para se lembrarem da “Regra dos 4 Ps”: 

Sejam Profissionais

Sejam Persistentes

Não sejam uma Peste

Não sejam Parvos 

Não quero parecer duro, mas apenas ser claro e conciso. Tenho visto oportunidades destas darem para o torto vezes de mais antes.  O ChesterQuest é suposto ser divertido para todos. Estou à procura de 12 artistas com a capacidade de ilustrarem profissionalmente banda desenhada para a Marvel. Todos partilhamos o amor pela banda desenhada, pelas suas personagens e meio.  

Obrigado por aderirem a estas indicações. Agora queremos ver os vossos trabalhos!”

(adaptado de http://chesterquest.blogspot.com/2007/08/chersterquest-submissions-guidelines.html)

Por Universos Nunca Dantes Navegados

Há cerca de dois anos, no Fórum Fantástico 2005, foi apresentado o projecto editorial de Luís Filipe Silva e Jorge Candeias de uma antologia de ficção fantástica lusófona. Tendo a adesão superado as expectativas dos seus editores, foi seleccionado um conjunto de contos a serem publicados por eventuais editoras interessadas.

Dois anos depois, Luís Filipe Silva revela a edição final da antologia Por Universos Nunca Dantes Navegados.

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Nas suas palavras, trata-se de uma nova Antologia de contos e novelas de literatura fantástica moderna da língua portuguesa, lida por elfos e extraterrestres, recheada de aventuras mágicas no reino das leis da física, polinsaturada com dispositivos mecânicos e unicórnios, a transbordar de feitiços e manuais de instruções, que sobreviva em atmosferas pesadas de noventa gravidades e lagos de metano, que se reproduza autonomamente na presença de papiro, e cujo Primeiro Contacto se faça no derivado lusitano do latim.»

O objectivo é criar um espaço para o imaginário em português. Que nos relevasse se há uma forma diferente e própria de pensar o futuro. Que incentivasse a escrita no formato conto. Que acolhesse literatura fantástica em todas as manifestações, da tecnofantasia ao mito. Que desse uma oportunidade igual a autores conhecidos e desconhecidos, deste e do outro lado do Atlântico, de se mostrarem no seu melhor.

Desta, resultou a selecção final das 14 histórias que se apresentam neste livro, da pena de autores portugueses e brasileiros. Os contos seleccionados são da autoria de João Ventura, Wolmyr Alcantara, Yves Robert, Octavio Aragão, Jorge Candeias, Gabriel Boz, Telmo Marçal, Carlos Orsi, Carlos Patati, Sofia Vilarigues, António Candeias, Maria Helena Bandeira e Carla Cristina Pereira.

A antologia será apresentada no Fòrum Fantástico com a presença de Luís Filipe Silva e alguns dos seus autores.

C. B. Cebulski

C. B. Cebulski é editor e argumentista norte-americano na Marvel, a companhia líder mundial de comics. Desde cedo, o seu fascínio por manga e anime levou-o ao Japão onde viveu vários anos e iniciou contactos com toda uma série de artistas e criadores japoneses.

No trabalho que desenvolveu para a Central Park Media, Cebulski deu a conhecer alguns títulos fundamentais da banda-desenhada japonesa ao público norte-americano, como Lodoss Wars, Slayers, Dark Angel e Geobreeders. Após formar uma forte relação com artistas do Japão, torna-se um dos primeiros editores norte-americanos a criar manga e anime pensada para o público ocidental.

Na Fanboy Entertainment, colabora com Kia Asamiya na produção da série Dark Angel: Phoenix Resurrection. Seguiram-se outros trabalhos que combinavam a sensibilidade orientais com as temáticas de super-heróis.

Realizando o seu sonho de infância, junta-se à Marvel comics onde trabalhou durante quatro anos como editor e coordenador de talentos, possibilitando cada vez mais colaborações entre o Japão e os Estados Unidos.

Como argumentista de banda-desenhada, realizou trabalhos para X-Men, Spider-Man, Wonderlost e Star Wars Tales.

C. B. Cebulski está presentemente a trabalhar com o artista português João Lemos na criação de Shiki, a ser publicado pela editora Image. De notar que foi responsável pela descoberta e consequente contratação para o mercado norte-americano de quatro jovens desenhadores portugueses (João Lemos, Ricardo Venâncio, Nuno Alves e Ricardo Tércio).

Shiki

A sua visita a Lisboa insere-se também no âmbito de uma tourné europeia, a Chesterquest, que procura por artistas ambiciosos e de talento. Aos melhores 12 artistas europeus, será garantido um emprego na Marvel, pelo que C. B. Cebulski irá examinar os trabalhos de todos os potenciais candidatos que queiram aderir a esta iniciativa.

Mais informações podem ser encontradas no blogue do Chesterquest. Os artistas portugueses interessados em tentar a sua sorte terão em breve mais informações e guidelines sobre o processo de submissão de trabalhos. Também podem colocar as vossas questões através do mail forumfantastico@gmail.com

Contos de terror do Homem-Peixe

Uma nova apresentação da antologia Contos de Terror do Homem-Peixe, editada pela Chimpanzé Intelectual, irá ter lugar no Fórum Fantástico, com a presença de vários dos seus autores.

Para além da participação de vários autores portugueses conhecidos, como João Barreiros, David Soares, Possidónio Cachapa, Baptista Bastos, Fernando Ribeiro e António de Macedo, a antologia, ilustrada por João Maio Pinto, contém dois contos premiados pelo concurso promovido no âmbito de uma parceria com a Associação CTLX (Cineclube de Terror de Lisboa) , por ocasião do festival MotelX, festival Internacional de Cinema de Terror em Lisboa.

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Terror, esse género maldito, tão parcamente explorado entre nós, tem, indiscutivelmente, ao longo dos tempos e um pouco por todo o mundo, dado azo a criações de reconhecida qualidade e originalidade. Drácula, de Bram Stoker, Frankenstein, de Mary Shelley, os variadíssimos contos de Edgar Allen Poe e Lovecraft, ou alguns dos incríveis romances de Stephen King, são apenas exemplos dos grandes clássicos literários que marcaram de forma indelével o imagínário da Humanidade, gerando as mais variadas adaptações artísticas.

Revestido de nuances e estilos vários, consuante as épocas, culturas e visões dos autores, e assumindo reconhecido pendor escatológico, no que toca à exploração dos mais essenciais medos, anseios e possibilidades da existência humana, o Terror permite-nos um exercício de purga exorcismante, mas também de imaginação sem limites. O Terror assusta-nos, mete-nos medo, mas faz-nos reflectir, empolar e extrapolar as barreiras do real. Impressiona-nos, mas também nos entretém, e raramente nos deixa indiferentes.

Com esta antologia, composta de onze contos em Língua Portuguesa, o CTLX (Cineclube de Terror de Lisboa) e as Edições Chimpanzé Intelectual pretendem não só homenagear o género, mas também procurar contribuir para impulsioná-lo no panorama literário português, que, até aqui, claramente, não lhe tem dispensado a atenção devida.

W. J. Maryson

Numa tentativa de divulgar mais autores de literatura fantástica fora do circuito anglo-saxónico dominante, tendo sempre sido esta uma das apostas do Fórum Fantástico, este ano damos protagonismo a um escritor oriundo da Holanda.

W. J. Maryson, pseudónimo de Wim Stolk, é o autor mais popular de fantasia épica na Holanda, estabelecendo grande parte da sua reputação com a trilogia do Não-Mago. Escreveu mais de 11 romances e vários contos traduzidos para nove línguas, tendo em 2004, vencido o Prémio Elf Fantasy Award. Para além de escritor, tem uma banda de nome Maryson onde actua como músico e compositor.

O 1º volume da trilogia do Não-Mago, As Torres de Romander, já se encontra disponível nas bancas, sob chancela da Livros do Brasil.

Esta é a história de Lethe, o Não-Mago. Todos o conhecemos das velhas lendas, mas apenas eu consigo vislumbrar a totalidade da história da sua vida. Uma última reviravolta do destino mostrou-me que me cabe a mim fazê-lo. E, uma vez que o mero relato dos factos nunca faz justiça à complexidade de uma existência, decidi escrever este livro como se fora uma ficção. Não que não conte a verdade, claro está, pois testemunhei muitos destes eventos e os restantes foi o próprio Lethe que mos contou.» Pela primeira vez em muitos, muitos séculos, um jovem da ilha de Loh demonstra não possuir nenhum talento para a magia. Por isso, não poderá receber uma formação idêntica à dos seus restantes companheiros. Matei, um dos sete magos mais poderosos do Reino, descobre porém por essa altura, graças ao estudo de um antigo manuscrito e de uma série de sinais dispersos pelas Ilhas, uma força maligna que em cada nove mil anos ameaça a existência do seu mundo. Mas nenhum feiticeiro, por maior que seja o seu poder, parece ser capaz de fazer frente ao horror da magia incolor. À medida que o perigo se aproxima, Matei aperceber-se-á contudo que Lethe, o Não-Mago, possui na verdade uma série de dons cruciais para a sobrevivência do Reino.

O autor estará presente no Fórum Fantástico para a divulgação da trilogia do Não-Mago com o apoio da Épica e a editora Livros do Brasil.